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Comunhão, uma responsabilidade de todos.
IPB Alvorada 16/08/09
Tema: Comunhão
“Comunhão, uma responsabilidade de todos.”
Texto Bíblico de:
“Gálatas 6:1-5”
01- Irmãos, se alguém for surpreendido em alguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. 02- Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo. 03- Porque, se alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana. 04- Mas prove cada um o seu labor e, então, terá motivo de gloriar-se unicamente em si e não em outro. 05- Porque cada um levará o seu próprio fardo.
Introdução:
Talvez o seio da Igreja seja o lugar onde mais se fala sobre comunhão. Mas como será que é a prática desta comunhão pela Igreja? Como andam os padrões de comunhão de nossas vidas?
A bem da verdade notamos que a Igreja está atravessando uma séria crise da comunhão:
1. O individualismo;
2. O perfeccionismo;
3. A indiferença;
4. O legalismo...
A Palavra nos diz que um crente espiritual deve seguir alguns passos rumo à construção de uma real comunhão na Igreja:
1) É preciso ter misericórdia:
(V.1: Irmãos, se alguém for surpreendido em alguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado.)
Misericórdia é colocar o nosso coração na miséria do outro. É tentar sentir o que o outro está sentindo, se compadecer do outro. É preciso ter compaixão para com os faltosos, estender a mão. Outro termo a ser analisado aqui é a compaixão. Compadecer-se é padecer, sofrer em conjunto com o outro.
É preciso evitar o falatório e o farisaísmo. (as três peneiras: da verdade, da necessidade, do amor). É preciso agir no Espírito (Gl.5:25: Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.) É preciso corrigir sem matar. Tratar a doença sem matar o doente.
Outro detalhe sobre essa questão da misericórdia é que precisamos saber que também podemos ser tentados e cair e devemos tratar os outros como gostaríamos de ser tratados. (1Co.10:12: Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia.)
2) É preciso dar suporte aos mais fracos:
(V.2: Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo.)
Levar a carga uns dos outros é manifestar o auxílio mútuo (Ef.4:2: ... com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, ...). É dar suporte.
Aqui não estamos tratando da lei do Decálogo, mas da lei de Cristo que é a lei do amor, é o novo mandamento dado por Ele (Jo.13:34: Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros.) Essa lei de Cristo vai para além das fronteiras do cristianismo, abrange até mesmo os nossos inimigos (Mt.5:44: Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.) A lei do perfeito amor se cumpre no amor ao próximo (Gl.5:14: Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.)
O amor de Deus para conosco deve ser o nosso modelo de suporte na construção da comunhão.
3) É preciso evitar o juízo: (Vv.3: Porque, se alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana.)
Precisamos evitar comparar o nosso espectro de justiça com a falha dos outros. (Is.64:6: Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como um vento, nos arrebatam.)
Quando julgamos aos outros somos levados ao auto-engano, à construção de uma imagem própria distorcida. Quando enveredamos pelos caminhos do juízo, observaremos todas as falhas dos outros, nos tornaremos especialistas em apontar o dedo, mas ficaremos cegos para consertar nossa própria vida. Precisamos julgar a nós mesmos pelo nosso trabalho para com o Senhor. (V.4: Mas prove cada um o seu labor e, então, terá motivo de gloriar-se unicamente em si e não em outro.)
O trabalho para o Senhor é um bom termômetro da espiritualidade do crente. Quanto mais nos envolvemos em fazer menos teremos tempo para criticar. Precisamos saber nosso real valor, já somos preciosos aos olhos do Pai e não temos a necessidade de nos comparar com os outros.
4) É preciso cumprir com a nossa parte:
(V.5: Porque cada um levará o seu próprio fardo.)
A palavra “fardo” aqui aparece em contraponto com a palavra “cargas” do verso 02. As cargas que devemos ajudar o outro carregar é o apoio que devemos dar a todos os fracos e faltosos, ao passo que o fardo aqui é aquilo que pertence somente a nós. Parece paradoxal termos que levar as cargas de forma comunitária e o fardo individualmente. O nosso fardo é a parte que nos cabe do nosso testemunho individual, do exercício do nosso cristianismo...
Isso aponta para a verdade de que prestaremos contas de tudo o que fizermos e deixarmos de fazer para com o Reino do Senhor Jesus. É preciso compreender que cada um tem seus próprios pecados e carrega suas próprias culpas. É preciso compreender que só poderemos dar conta do que é nosso. Diante de Deus responderemos pelas nossas próprias atitudes e não pelas dos outros. Por isso o fardo é individual e a maior responsabilidade que temos é carregar cada um o seu.
Conclusão:
Amados, que possamos compreender que a comunhão é uma construção, onde cada um de nós tem a responsabilidade de fazer a sua parte.
Em Cristo Jesus. A quem seja toda a Glória, Honra e Louvor por toda a eternidade. Amém.
Rev. Alessandro Capelari.
Igreja Presbiteriana do Jardim Alvorada.
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